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O VALOR DA MISERICÓRDIA

O VALOR DA MISERICÓRDIA.
“Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a
misericórdia triunfa do juízo.” (Tg 2.13) RC

Várias versões:

Tiago 2:13

ESV
Pois o julgamento é sem misericórdia para aquele que não mostrou misericórdia. A
misericórdia triunfa sobre o julgamento.


NIV
porque o julgamento sem piedade será mostrado a qualquer um que não tenha sido
misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o julgamento.


NASB
Pois o julgamento será impiedoso para aquele que não mostrou misericórdia; a misericórdia
triunfa sobre o julgamento.


CSB
Pois o julgamento é sem misericórdia para aquele que não demonstrou misericórdia. A
misericórdia triunfa sobre o julgamento.


NLT
Não haverá misericórdia para aqueles que não mostraram misericórdia para com os outros.
Mas se você foi misericordioso, Deus será misericordioso quando o julgar.


KJV
Pois ele terá juízo sem misericórdia, que não teve misericórdia; e misericórdia se alegra contra o juízo.


“ἡ γὰρ κρίσις ἀνίλεως τῷ μὴ ποιήσαντι ἔλεος· καὶ κατακαυχᾶται ἔλεος κρίσεως” (ΙΑΚΩΒΥ 2.13) TR


Existem duas palavras no vocabulário grego para tribunal: “βήματος τοῦ Χριστοῦ” Bímatos;
e “κρίνω” Krino; o Bema é um tribunal para recompensa, ao passo que o Krino é um tribunal
para condenação. Veja a definição do dicionário: “vingar, condenar, decretar, determinar,
julgar, ir a (processar na) justiça, ordenar, sentenciar”.


Se formos traduzir o versículo ao pé da letra, ficaria assim:
“A sentença para quem não pratica misericórdia é ficar sem defesa no dia do julgamento;
alegria para quem pratica misericórdia e é julgado”. Não entenderíamos nada.


Agora, a análise das palavras:


1. ἡ – e: artigo definido nominativo singular feminino: “a”.
2. γὰρ – gar: conjunção: utilizada para dar continuidade. “Para”.
3. κρίσις – krisis: substantivo nominativo singular feminino: uma sentença, uma decisão
judicial. Todo tribunal causa tensão, crises emocionais, mesmo estando coberto de razão,
mas a expectativa é intensa. “A sentença para quem não pratica misericórdia é ficar sem
defesa no dia do julgamento…”.
4. ἀνίλεως – hanileos: adjetivo nominativo singular feminino: sem misericórdia, impiedoso.
Ausência total de bondade.
6. τῷ – to: artigo definido dativo singular masculino: sobre.
8. μὴ – me: partícula negativa: usado para negativa qualificada, existem mais três formas de
escrever e pronunciar a partícula negativa: ou, ouk e oux. Dependendo da palavra seguinte.
Em Mateus 5.27 “Nai, Nai; Ou, Ou” Sim, sim; Não, não.
10. ποιήσαντι – peésanti: Verbo Aoristo ativo particípio – dativo singular masculino: “fazer”.
Exatamente agora como foi no passado e será no futuro. Sempre será assim. Isso dentro do
contexto do versículo, indica uma sentença que já está determinada, no passado, no
presente e no futuro, não há como mudar, está estabelecida. “Não fez misericórdia, vai
perder no tribunal; fez misericórdia, vai triunfar!”.
12. ἔλεος – éleos: substantivo acusativo singular neutro: note que aqui tem um ponto e
vírgula. Misericórdia, boa vontade para com os miseráveis e aflitos. Um pontinho que
aparece no meio da letra no grego é um ponto e vírgula, uma pausa para meditação.
14. καὶ – kai: conjunção “e”, “também”. Se fosse no Antigo Testamento, teria a palavra “sela”
bem aqui.
16. κατακαυχᾶται – katakafhatee: verbo presente médio ou passivo deponente indicativo – 3ª
pessoa do singular. Vence, triunfa. Se alegra.
18. ἔλεος – éleos: substantivo acusativo singular neutro: misericórdia, boa vontade para com
os miseráveis e aflitos.
20. κρίσεως – kriseos: substantivo genitivo singular: o genitivo aponta para aquilo que é
próprio: julgamento. “A misericórdia se alegra no tribunal”.


Só temos a oportunidade de exercitar a misericórdia se estivermos no convívio da
comunidade da fé. Cada vez que praticamos a misericórdia, é como se adquiríssemos
crédito, “colocamos no bolso esta valiosa moeda”. Quando entrarmos em um tribunal, ela se
alegra, na certeza de que sairemos vitoriosos. Ao passo que quando não a exercitamos,
seremos derrotados nos tribunais. Precisamos enxergar as oportunidades de exercer
misericórdia como uma benção de Deus. Um exemplo clássico e muito claro está em
Mateus 18.23-38. Além de outros textos, temos especificamente esta parábola.


Um certo servo devia dez mil talentos. A dívida de dez mil talentos é uma medida além da
medida, como nossa palavra zilhões. Um talento era a maior unidade de dinheiro no tempo
do Novo Testamento, equivalente a 6 mil denários – um denário sendo o salário de um dia
de um trabalhador comum (20.2,13). Dez mil (Mirias) é o maior número para o qual os
gregos têm uma palavra. Quando Jesus disse: “dez mil talentos”, ele multiplica a maior
unidade de dinheiro pelo maior número grego. E o resultado é inimaginavelmente grande – o
equivalente ao salário de um trabalhador por 60 milhões de dias ou 200 mil anos. Muito
mais do que o reino do Rei Herodes ganharia com os impostos de um ano. (Boring, M
Eugene the New Interpreter’s Bible Vol. VIII 382). Esse devedor foi chamado para pagar
esta impagável dívida, com a pena de perder não só a sua liberdade mas também a de sua
esposa e de seus filhos. Diante deste desafio, ele prostrou-se e adorou a seu senhor e
suplicou a sua misericórdia. Ao que atendeu não só revogando a sentença mas, perdoando
toda a sua dívida. Ao sair livre, sem o peso da dívida, radiante encontrou pelo caminho um
conservo que lhe devia apenas “míseros” 100 denários, ou seja, 100 dias de serviço, e
cobrou a dívida sufocando o devedor, a mesma clemência que ele havia pedido ao seu
senhor, o seu devedor pediu a ele, mas ele não quis saber de clemência, chamou as
autoridades e mandou prender o homem sem compaixão, a notícia chegou aos ouvidos do
seu senhor, o qual enfurecido mandou chamá-lo, revogou o perdão da dívida e o lançou nas
mãos dos atormentadores.


Aqui está um clássico exemplo de como funciona a misericórdia. Esse homem perdeu as
bênçãos que já havia conquistado porque não praticou a misericórdia quando teve a
oportunidade.


Observação: Só teremos a oportunidade de exercitarmos a misericórdia se estivermos na
comunidade cristã, se estivermos congregando. Deixar de congregar para não ter que
suportar uns aos outros é estar debaixo da sentença, porque quando estivermos
precisando, não teremos o promotor de defesa chamado misericórdia.


Tenham um dia especial na presença do Senhor.

  • Pastor José Lopes